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Precatórios FUNDEF: O Que São e Como Consultar?

  • Gabriela Vitorino
  • Setembro, 25 | 2025
  • Leitura: 14 min
Precatórios FUNDEF: O Que São e Como Consultar?

Neste artigo, você irá descobrir o que são os precatórios Fundef e as principais notícias atuais. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) foi criado em 1996 com o objetivo de garantir financiamento adequado para a educação básica no Brasil.

Em 2006, o Fundef foi substituído pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), com uma estrutura mais abrangente.

Os precatórios Fundef surgiram devido a erros no repasse dos recursos destinados à educação, prejudicando estados e municípios. Diversas ações judiciais garantiram que esses valores fossem corrigidos e pagos.

O impacto desses precatórios é significativo, pois auxiliam na melhoria das condições de ensino, valorizam os profissionais da educação e reforçam investimentos em infraestrutura escolar.

O que é e como surgiu o FUNDEF?

O Fundef foi criado para corrigir desigualdades na distribuição dos recursos educacionais, garantindo que estados e municípios menos favorecidos recebessem apoio financeiro adequado. A ideia era garantir que pelo menos 60% dos recursos fossem destinados aos professores, ajudando na valorização da carreira do magistério.

O FUNDEF foi criado por meio da Emenda Constitucional nº 14, de setembro de 1996, e regulamentado pouco depois pela Lei Federal nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Sua implantação ocorreu em 1º de janeiro de 1998, e ele vigorou por quase dez anos, até 31 de dezembro de 2006.

Surgindo em 1996, com a ajuda de uma mudança importante na Constituição e uma lei federal logo depois. Ele começou a valer em 1998.

– Qual era o objetivo? A ideia principal era distribuir o dinheiro da educação de forma justa. Antes, escolas de cidades mais ricas tinham muito dinheiro, e as de cidades mais pobres tinham pouco recurso. O FUNDEF pegava um pouco do dinheiro de impostos e garantia que ele fosse dividido de acordo com o número de alunos.

– Uma regra importante: O FUNDEF obrigava que uma parte grande do dinheiro (pelo menos 60%) fosse usada de um jeito específico: tinha que ir direto para o Ensino Fundamental e para o salário dos professores.

O FUNDEF funcionou até 2006 e, depois, foi substituído pelo FUNDEB, que ampliou esse plano para cuidar de todas as fases da educação. No entanto, ele é lembrado até hoje por causa da dívida bilionária que o governo ficou devendo aos professores, que são os precatórios.

Resumo Simplificado da Ementa nº 14/96

O objetivo dessa Emenda Constitucional era resolver um grande problema: a falta de dinheiro suficiente para pagar os professores e manter o Ensino Fundamental funcionando com qualidade, principalmente nas regiões mais pobres.

O Problema que Queriam Resolver:

  1. Dinheiro Mal Distribuído: A Constituição já obrigava o governo a gastar uma parte do dinheiro com educação, mas a verba não chegava da mesma forma para todos. Cidades ricas tinham muito mais dinheiro por aluno do que cidades pobres;
  2. Pagamento dos Professores: O salário dos professores era muito baixo, o que afastava bons profissionais e prejudicava a qualidade do ensino;
  3. Entendimento: As leis não eram claras sobre quem, de fato, era o principal responsável pela educação (se era o Governo Federal, os Estados ou os Municípios).

A Solução Encontrada (O que a Emenda Fez):

A Emenda criou um mecanismo de emergência, por um período de dez anos, para forçar o dinheiro a ser distribuído de forma justa:

Criação de um Fundo Temporário: Criou o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental) para mudar a forma como o dinheiro da educação era usado.

Dinheiro Garantido para o Professor: Definiu uma regra de ouro: 15% do dinheiro que já ia para a educação nos Estados e Municípios teria que ser colocado nesse Fundo, com a obrigação de que a maior parte fosse usada para o salário dos professores.

– Ajuda os Mais Pobres: O Governo Federal se comprometeu a colocar dinheiro no Fundo para garantir um valor mínimo por aluno em todos os estados, especialmente naqueles que tinham menos recursos.

O objetivo da Emenda 14/96 foi forçar uma redistribuição do dinheiro para garantir que todas as crianças tivessem uma educação fundamental de qualidade e que os professores tivessem um salário digno, quebrando o ciclo de ensino de baixa qualidade.

Leia a Ementa nº 14/96 completa pelo link oficial.

A Importância do FUNDEF

O Fundef foi criado para redistribuir recursos da educação básica, garantindo mais equidade no financiamento. Ele foi substituído pelo Fundeb, que expandiu sua abrangência para toda a educação básica, incluindo a educação infantil e o ensino médio.

A importância do FUNDEF é dupla: ela começa com o papel histórico do fundo na educação e se estende até hoje, com a dimensão social e financeira dos seus precatórios.

O FUNDEF era um fundo, ou seja, um dinheiro que o governo criou para ajudar a distribuir recursos de forma mais justa para as escolas do Ensino Fundamental. Ele já foi substituído por outro fundo (FUNDEB), mas continua sendo muito falado por causa de uma dívida antiga: os precatórios do FUNDEF.

A importância do FUNDEF vai além dos números. O precatório é o dinheiro que o Governo Federal reconheceu que devia ter enviado para a educação no passado, mas não o fez na época, por causa de erros de cálculo.

Essa dívida, que agora a Justiça ordernou pagar, é um valor alto e tem um foco muito social: ela vai diretamente para os professores e outros profissionais que trabalharam nas escolas naquele período.

O que é o FUNDEB?

O Fundeb é a evolução do Fundef, abrangendo não apenas o ensino fundamental, mas toda a educação básica, incluindo creches e ensino médio. Com regras mais robustas de financiamento, o Fundeb trouxe mais estabilidade para os repasses financeiros e ampliou o suporte para outras modalidades de ensino.

Como vimos, o FUNDEF foi a primeira tentativa do Brasil de garantir que o dinheiro chegasse de forma justa nas escolas. Ele funcionou por dez anos, de 1998 até o final de 2006.

O problema é que, no final desse período, percebeu-se que o plano deixava de fora uma parte importante dos estudantes: as crianças pequenas (creche e pré-escola) e os jovens do Ensino Médio.

O Nascimento do FUNDEB: um plano mais completo

Por isso, em 2007, o governo criou o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) para substituir o FUNDEF. Ele usou a mesma ideia de pegar o dinheiro dos impostos e dividir por aluno, mas fez duas grandes mudanças:

  1. Cuidado Total: O FUNDEB passou a cuidar de toda a Educação Básica: desde a creche e o pré-escolar, passando pelo Ensino Fundamental, até o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
  2. Mais Recursos: Ele incluiu mais tipos de impostos no cálculo e, com o tempo, a União (o Governo Federal) passou a colocar uma parte maior do dinheiro no Fundo para ajudar os estados e municípios mais pobres.

Ou seja, o FUNDEB não é um fundo novo, mas sim uma evolução obrigatória do FUNDEF. Ele pegou o que era bom (a regra de dividir por aluno e valorizar o professor) e expandiu para garantir que todas as etapas de ensino tivessem o financiamento garantido.

Como o FUNDEF Virou Precatório?

O precatório do FUNDEF nasceu de uma condenação judicial contra o Governo Federal por não ter repassado corretamente o dinheiro da educação aos Estados e Municípios entre os anos de 1998 e 2006.

1. O Erro no Cálculo (A Origem da Dívida)

A Lei do FUNDEF: A lei dizia que a União deveria garantir um valor mínimo de investimento por aluno (o VMAA – Valor Mínimo Anual por Aluno) em todo o país. Se a receita de um Estado ou Município não chegasse a esse mínimo, a União tinha que “complementar” o valor.

O Problema: A União usou uma metodologia de cálculo errada para fixar esse valor mínimo (VMAA). Com isso, ela complementou menos dinheiro do que deveria ter repassado aos Estados e Municípios mais pobres.

Erro: Diversos Estados, Municípios e o Ministério Público Federal (MPF) entraram na Justiça alegando que o cálculo estava errado e que a União devia bilhões de reais à educação.

Detalhe: O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) confirmam que a origem dos precatórios está no erro da União na metodologia de cálculo do Valor Mínimo Anual por Aluno (VMAA) no período de 1998 a 2006 (Acórdão 296/2024-TCU e documentos do MPF/SP).

2. A Decisão da Justiça (A Dívida se Torna Precatório)

Condenação: Após anos de processos, o Supremo Tribunal Federal (STF), a maior corte de Justiça do país, deu razão aos Estados e Municípios. O STF condenou a União a pagar a diferença de tudo que foi repassado a menos.

O Precatório: Quando o Governo Federal (a União) é condenado a pagar uma dívida definitiva que não cabe mais recurso, esse valor é formalizado como um precatório, uma ordem de pagamento. Foi assim que o erro no cálculo do FUNDEF se transformou em uma dívida gigantesca de precatórios.

Para Quem Vai o Dinheiro: O STF e a Emenda Constitucional nº 114/2021 estabeleceram que, no mínimo, 60% desses precatórios devem ser repassados diretamente aos profissionais do magistério (professores, aposentados e pensionistas) que trabalharam no período do erro (1998 a 2006).

Detalhe: O STF consolidou a obrigatoriedade do pagamento (em julgamento de Ações Cíveis Originárias, como a ACO 661), e a Emenda Constitucional nº 114/2021 deu a regra final, garantindo que a maior parte do dinheiro fosse destinada aos professores, segundo Portal do STF e a CNM – Confederação Nacional de Municípios.

Quem Tem Direito aos Precatórios FUNDEF?

O direito aos precatórios Fundef é garantido principalmente aos professores da educação básica que trabalharam entre 1998 e 2006, período de vigência do fundo.

Além dos docentes, aposentados e herdeiros de professores falecidos também podem ter direito ao pagamento, desde que estejam dentro dos critérios estabelecidos pela justiça.

Os estados mais impactados pelos precatórios Fundef incluem:

Precatório FUNDEF Pernambuco Professores e herdeiros que atuaram na rede pública pernambucana
Precatório FUNDEF Bahia Profissionais da educação baianos contemplados nas decisões judiciais
Precatório FUNDEF Maranhão Docentes maranhenses que têm direito aos valores devidos pelo governo federal

Como Consultar Precatórios FUNDEF por CPF?

Para consultar se um profissional tem direito ao precatório Fundef, é possível verificar por meio de plataformas oficiais do governo e tribunais de justiça.

O passo a passo varia de acordo com cada estado, mas geralmente envolve acessar o site do Tribunal Regional Federal (TRF) correspondente e inserir os dados pessoais.

  • Precatórios FUNDEF PE Consulta por CPF: Para os professores de Pernambuco, a consulta pode ser feita através dos canais oficiais do governo estadual e do TRF.
  • Lista de Nomes para Receber Precatórios do Fundef Bahia 2024: A relação de beneficiários baianos pode ser divulgada por meio das secretarias de educação e justiça.
  • Precatórios Fundef Pará: No estado do Pará, os docentes devem acompanhar as atualizações nos sites oficiais e consultar pelos sistemas de precatórios do TRF.

Caminhos para consulta

Por conta da a forma de consulta de precatórios FUNDEF variar muito entre os estados, especialmente porque envolvem tanto o governo estadual (Secretarias de Educação) quanto o Tribunal Regional Federal (TRF). Abaixo alguns caminhos que podem te auxiliar:

Estado Órgão Consultor Links Oficiais Observações
Pernambuco (PE) Secretaria Estadual de Educação (SEEC) precatoriofundef.educacao.pe.gov.br Plataforma oficial do governo de Pernambuco para consulta e atualização cadastral.
Bahia (BA) Secretaria Estadual de Educação (SEC) www.ba.gov.br/educacao/precatorios Portal de Precatórios da Secretaria de Educação da Bahia.
Pará (PA) Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) www7.seduc.pa.gov.br/seduc_index/ Acesso ao portal principal da SEDUC/Pará, onde as informações sobre precatórios podem ser buscadas.

Para uma consulta complementar e detalhada do processo do precatório, o beneficiário deve acessar o site do Tribunal Regional Federal (TRF) responsável pelo estado.

Região (TRF) Sede Estados Abrangidos Link para Consulta Processual
1ª Região (TRF-1) Sede em Brasília Abrange Bahia e Pará processual.trf1.jus.br/…
5ª Região (TRF-5) Sede em Recife Abrange Pernambuco rpvprecatorio.trf5.jus.br

Como São Pagos os Precatórios FUNDEF?

Os precatórios Fundef são pagos conforme os calendários estabelecidos pela justiça e de acordo com os recursos disponibilizados pelo governo federal. A distribuição dos valores geralmente ocorre em duas partes:

70% para os professores: parcela destinada diretamente aos profissionais do magistério.

30% para infraestrutura educacional: valor aplicado na melhoria das escolas.

A pandemia de COVID-19 atrasou alguns pagamentos, mas novas negociações permitiram retomar o cronograma de liberação dos valores.

Quem tem direito a receber um precatório Fundef pode optar por antecipar o pagamento por meio da venda do crédito a empresas especializadas. Esse processo permite receber o valor de forma mais rápida, evitando os prazos longos da justiça.

Benefícios da antecipação:

– Rapidez no recebimento do valor;

– Facilidade no processo;

– Possibilidade de usar o recurso imediatamente.

A antecipação (venda) de precatório é uma operação totalmente segura e garantida por lei. A própria Constituição Federal assegura o seu direito de passar esse pagamento para um terceiro (chamado de cessionário).

Além disso, o Código Civil também aprova essa negociação, que é um ato chamado de “cessão de crédito” (o nome formal para a transferência do seu direito de receber).

Consequentemente, para que o processo seja tranquilo e totalmente legal, é fundamental contar com um advogado especializado. Ele garantirá que seus direitos sejam 100% respeitados do começo ao fim.

Leia também quanto tempo leva para um juiz analisar um processo em nosso artigo sobre o tema.

Professor de cabelos grisalhos e óculos escuros, sentado em escritório, representando dúvidas sobre precatórios Fundef

Notícias Importantes Sobre o Pagamento dos Precatórios FUNDEF

Nos últimos meses, diversas decisões judiciais aceleraram a liberação dos pagamentos, especialmente nos estados do Nordeste. Governos estaduais têm atualizado listas de beneficiários e prazos para liberação dos valores.

Por isso, para garantir informações atualizadas, é essencial acompanhar os sites oficiais dos tribunais e secretarias de educação.

Agora, vale ficar atento também aos desdobramentos da PEC 66/2023 para entender melhor o futuro dos precatórios. Leia o nosso artigo especial sobre o assunto clicando no link.

Os precatórios federais previstos para o ano somam um montante total de R$ 69,7 bilhões, e o FUNDEF representa uma fatia considerável: são R$ 7,52 bilhões, o que corresponde a 10,8% do valor total.

Assunto Valor %
Previdência R$ 23,62 bilhões 34%
Pessoal R$ 8,87 bilhões 13%
FUNDEF R$ 7,52 bilhões 10,8%
Outros Assuntos R$ 29,69 bilhões 42,2%

Para mais informações sobre como está a distribuição dos precatórios para para 2026, acesso o artigo Precatórios 2026 no blog da PrecPago.

Dúvidas Frequentes Sobre Precatórios FUNDEF

Quem tem direito aos precatórios do Fundef? Professores da rede pública que atuaram entre 1998 e 2006, além de aposentados e herdeiros.
Como consultar precatórios Fundef pelo CPF? A consulta pode ser feita nos sites dos tribunais de justiça e portais dos estados.
Quando serão pagos os precatórios do Fundef? Os calendários variam conforme o estado e as decisões judiciais, sendo importante acompanhar atualizações oficiais.

A PrecPago compra precatórios da FUNDEF?

A PrecPago não antecipa precatórios do FUNDEF no momento, mas atua com precatórios federais e RPVs. Para uma consulta personalizada e suporte na negociação de precatórios, entre em contato com a PrecPago e garanta um atendimento especializado.

Com mais de sete anos de experiência em negociações de precatórios e cerca de R$ 300 milhões em transações, a PrecPago tem como objetivo inovar o mercado de cessão de créditos judiciais, oferecendo soluções que propiciem condições favoráveis aos clientes.

Ou seja, a escolha de uma empresa para negociar precatórios exige do credor a análise de credibilidade e transparência. Nesse sentido, a PrecPago adota uma postura de total abertura, focando em um processo ético e seguro.

Por isso, o compromisso com a satisfação do cliente é um dos pilares da empresa, o que pode ser verificado em plataformas de avaliação.

Em um dos principais termômetros de reputação do consumidor brasileiro, o site Reclame Aqui, a PrecPago se destaca por não possuir nenhuma reclamação, reforçando o cuidado e a excelência no atendimento aos credores durante o processo de antecipação.

Mantenha-se informado

Acompanhar as decisões judiciais e os calendários de pagamento é essencial para garantir o recebimento do precatório Fundef. Consultas regulares nos sites oficiais e contato com escritórios especializados podem facilitar o acesso às informações.

Acesse mais artigos da PrecPago em nosso site oficial para ficar informado sobre tudo que acontece nos precatórios.

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