Qual o prazo para requerer expedição de precatório?

  • Gabriela Vitorino
  • Abril, 24 | 2025
  • Leitura: min
Qual o prazo para requerer expedição de precatório?

Quando uma pessoa entra com uma ação judicial contra o poder público e ganha a causa, o pagamento não é feito de imediato.
Isso acontece porque o ente público precisa prever e reservar recursos para esses pagamentos dentro do seu planejamento orçamentário anual.

Todos os pagamentos provenientes de causas ganhas contra a União, estados ou municípios são feitos por meio de precatórios — ou RPVs, quando o valor é menor.

O prazo para esse pagamento pode variar conforme o valor da ação e a data de expedição. Por isso, surge a dúvida: existe um prazo para requerer a expedição de precatório? E se sim, qual é esse prazo?

Neste artigo, vamos esclarecer tudo sobre o tema de forma simples, objetiva e com exemplos para facilitar a compreensão.

O que é expedição de precatório?

A expedição de precatório é uma etapa do processo judicial que ocorre após o trânsito em julgado, ou seja, quando não há mais possibilidade de recurso e a vitória na ação está garantida.

Nessa fase, o valor devido pelo ente público (União, estado ou município) é transformado em um documento oficial — o precatório — que será pago de acordo com o orçamento público e dentro dos prazos previstos na Constituição.

Requisição de pagamento x expedição do precatório

Antes da expedição formal, o advogado da parte vencedora deve requerer a requisição de pagamento. Essa requisição pode se transformar:

  • Em uma RPV, quando, em âmbito federal, o valor é igual ou inferior a 60 salários mínimos;
  • Em um precatório, quando o valor é superior a esse teto.

Essa diferenciação é feita pelo setor de precatórios do tribunal, com base no valor requisitado.

A partir disso, é emitido um ofício de precatório, que marca oficialmente o direito creditório como precatório de fato e insere o credor na fila de pagamento.

Sem esse ofício, o crédito não entra na proposta orçamentária. O direito existe, mas ainda não está “vivo” no sistema de pagamentos.

Exemplo prático:

Maria, aposentada, venceu uma ação contra o INSS referente à revisão da sua aposentadoria. Como o valor ultrapassa 60 salários mínimos (teto da RPV federal), o juiz precisa expedir um precatório. Sem essa expedição, ela não entra na fila de pagamento.

Resumindo: a expedição é o passo que transforma o crédito em um precatório com posição na fila oficial de pagamento. Sem isso, o valor não é incluído no orçamento do governo.

Qual o prazo para requerer a expedição do precatório?

Embora a legislação não fixe um prazo específico, o prazo é prático e orçamentário. Quanto antes o advogado requerer a expedição, maiores as chances de o crédito ser incluído no orçamento do ano seguinte.

Regra prática:

  • Se o precatório for expedido até 2 de abril, ele será incluído na proposta orçamentária do ano seguinte.
  • Se for expedido após 2 de abril, o pagamento ocorrerá somente no segundo ano subsequente.

Ou seja, o prazo ideal para requerer a expedição do precatório é até o início de abril do ano corrente, a fim de garantir o recebimento no ano seguinte.

Precatórios cancelados: é possível requerer nova expedição?

Sim. Caso um precatório seja cancelado (por exemplo, por ausência de saque dentro do prazo legal de dois anos após depósito, art. 42 da Lei 14.973/2024), é possível requerer uma nova expedição.
Contudo, essa nova expedição reinicia o prazo orçamentário, ou seja, o crédito entrará novamente na fila, conforme a nova data de emissão do ofício.

Por isso, o acompanhamento do processo e a atuação ativa do advogado são fundamentais para evitar cancelamentos e garantir que o crédito não se perca no tempo.

Quais os prazos para receber o meu precatório?

Os prazos para recebimento do precatório variam conforme:

  • O ente devedor (União, estado ou município);
  • A data de expedição do precatório.

Isso porque os pagamentos seguem a ordem cronológica e são feitos com base na previsão orçamentária anual.

Regra geral:

  • Precatórios expedidos até 2 de abril entram no orçamento do ano seguinte;
  • Precatórios expedidos após 2 de abril só entram no orçamento do segundo ano seguinte.

Prazo para pagamento de precatórios municipais

Antes de tudo, é importante lembrar que os entes federativos são autônomos.

Ou seja, não há hierarquia entre União, estados e municípios — cada um tem suas próprias competências e responsabilidades.

Assim, os municípios têm liberdade para organizar seus orçamentos e pagamentos, respeitando sempre a ordem cronológica e os limites constitucionais.

Exemplo:

João venceu uma ação contra a prefeitura da sua cidade em fevereiro de 2025 e teve o precatório expedido em março. Ele deve receber em 2026.
Mas se o município estiver com muitos precatórios em atraso ou com o caixa comprometido, o pagamento pode demorar bem mais.

Além disso, muitos municípios ainda estão sob regime especial de pagamento, o que permite parcelamentos e longas filas de espera.

Prazo para pagamento de precatórios estaduais

Os estados seguem a mesma lógica da União: precatórios expedidos até 2 de abril entram no orçamento do ano seguinte.

No entanto, estados que aderiram ao regime especial da Emenda Constitucional 114/2021, conforme previsto no artigo 101 do ADCT, podem parcelar seus débitos até 2029.

Exemplo:

Ana ganhou uma ação contra o Estado de São Paulo, com expedição do precatório em janeiro de 2025. Ela tem previsão de pagamento para 2026, mas, se o estado estiver parcelando seus precatórios, o pagamento pode ser adiado.

Prazo para pagamento de precatórios federais

A União costuma ser mais rigorosa no cumprimento dos prazos constitucionais.
Precatórios federais expedidos até 2 de abril são inseridos no orçamento do ano seguinte e devem ser pagos até 31 de dezembro desse mesmo ano.

Exemplo:

Carlos teve um precatório expedido em março de 2025 contra o INSS. Ele será incluído no orçamento de 2026 e deve ser pago até o final desse ano.
Se o precatório fosse expedido em maio de 2025, o pagamento só ocorreria em 2027.

Ainda assim, atrasos podem acontecer, especialmente em períodos de restrição orçamentária ou mudanças legislativas.

A expedição do ofício de requisição de pagamento precisa ser solicitada pelo advogado ou ela é automática após o trânsito em julgado?

A expedição do ofício de requisição de pagamento precisa ser solicitada pelo advogado, ela não é automática. Mesmo que a causa esteja ganha, o tribunal não expede o precatório por conta própria.

Sem esse pedido, o valor não entra na fila de pagamento — ou seja, o credor pode perder um ano inteiro de orçamento só por falta de movimentação no processo.

Antecipação de precatórios e avaliação de risco

Como vimos, precatórios federais oferecem maior previsibilidade de pagamento. E isso impacta diretamente o mercado de antecipação.

Para empresas como a PrecPago, que compram precatórios, o risco de inadimplência da União é muito menor.
Por isso, o deságio é mais baixo — ou seja, o credor recebe um valor mais vantajoso na antecipação.

Já precatórios estaduais ou municipais, por terem maior incerteza, exigem deságios maiores para compensar o risco de atraso ou calote.

Conclusão

Saber o prazo para requerer a expedição de precatório é fundamental para garantir que o valor entre no orçamento do governo o quanto antes.

Quanto antes a expedição acontecer, mais cedo o pagamento entra na fila.

  • A requisição deve ser feita com agilidade pelo advogado.
  • Precatórios cancelados podem ser reemitidos, mas com novo prazo.
  • E o ideal é que a expedição ocorra até abril, para entrar no orçamento do ano seguinte.

Se você já ganhou a ação e ainda não teve o precatório expedido, converse com seu advogado e verifique essa etapa. Não deixe passar o prazo!

E se você já tem um precatório expedido e não quer esperar anos para receber, conte com a PrecPago. Somos especialistas em antecipação de precatórios federais, com segurança, agilidade e total transparência.

Gabriela Vitorino
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